sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cleonor

Minha mãe se chamava Alice, Alice Gonçalves Felipe. Ela casou-se com o meu pai Abel Euzebio Felipe e juntos tiveram 10 filhos.



Eu sou a filha mais velha, depois de mim,  nasceu o Cleonor. E hoje vou falar deste meu irmão.
Ele nasceu dia 23 de Setembro de 1938. Ou 39, não estou certa.
Iamos juntos pra escola em Santa Cruz de Goias. Meu pai nos levava a cavalo para aula.  E como era a 2 dias de viagem da fazenda, tinhamos que dormir no caminho e lá ficar na casa da tia Berê. Estudamos 2 anos lá nesse vai e vem.

Quando ele tinha 10 anos, já dirigia um Ford V8 do papai. Eu tinha 12 e também o dirigia entre a fazenda e Hidrolândia.




Ele tinha 14 anos quando foi trabalhar na compania de estrada de rodagem, operando máquinas e desde então ele correu atrás do seu futuro, ele veio pra Brasília no início da cidade. Trabalhou na empresa Camargo Correa e depois foi pra Fundação Educacional como motorista, até que fez um concurso para policia civil e passou. 

Morou em Brasília muitos anos trabalhando na policia civil, até se aposentar.
Lá ele teve 5 filhos com a primeira mulher, uma senhora muito distina, humilde, mas trabalhadora.
E mais 3 filhos com a atual esposa. 2 crianças em Brasilia e uma em Piracanjuba.


No dia que ele deixou a cidade, ele colocou um fogão, algumas coisas de cozinha, os pertences, roupas, a mulher e os dois filhos no carro e saindo de Brasilia, passou na Vila Telebrasilia, deu uma volta por lá, no local onde morou no inicio da cidade, e saindo do DF, parou o carro e soltou duas caixas de foguetes para comemorar que estava voltando para Goiás.

 Morou numa fazenda com a mãe dele até se ajeitar na vida de novo, e quando ela faleceu, ele ainda morou lá um tempo, depois mudou-se para Professor Jamil até comprar um terreno de meu outro irmão Cleodmar, chamado Buriti Alegre. Nesse sítio ele residiu por muitos anos e criou seus 3 filhos caçulas.
Lá mesmo, ele encaminhou as crianças para um bom colégio em Goiânia. Sempre preparando os 3 para que fizessem medicina.

Atualmente a Filha mais velha esta na metade do curso de medicina em Gurupi e a mais nova acabou de passar na mesma faculdade. O filho do meio está estudando em cursinhos pre vestibulares.

Hoje meu irmão mora em Hidrôlandia, encontrando sempre com velhos conhecidos, primos, os amigos de infância e fazendo novos colegas. Ele vive mais feliz, super entusiasmado com as filhas fazendo medicina.

Nunca me esqueço de uma vez, na década de 60, quando ele ia levando eu, meu marido e o meu filho a Congonhas do Campo, e no caminho, de madrugada, um ônibus no sentido contrário atrapalhou a visão dele e ele atropelou uma vaca. O carro dele ficou muito danificado, nós seguimos de ônibus de volta até Paracatu para pegar outro e ele ficou l noite sozinho na chuva na beira da estrada. Me deu tanta pena quando passamos de manhãzinha e o vimos lá! Isso pra mim é uma dívida que tenho que pagar pra ele ainda.

Tem gente que não faz questão da amizade dele, mas eu o amo muito, ele foi e é muito bom pra mim, não tenho nada a reclamar.

2 comentários:

  1. Tenho orgulho de dizer que sou uma dessas filhas que ele criou e ainda cria com uma dedicação incomparável!

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  2. É isso aí, blogueira que é blogueira não descansa nem na praia!

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