Hoje me deparei com uma tarefa nova e velha: Costurar. Estou aqui assistindo Fina Estampa e na minha Livrematic. Comprei ela na década de 70.
Minha neta me encomendou 12 bolsas para presentear colegas de trabalho na confraternização de fim de ano da Embaixada.
Me lembro que a primeira vez que eu costurei eu tinha uns 14 anos, e fiz um vestido xadrez pra mim.
Quem me ensinou foi o meu tio Nenêm (Milander) , moravamos na fazenda na beira da estrada... Ele sempre morou por perto e me ensinava na pensão da mamãe.
A máquina da minha mãe era de pedal, antiga, até porque não tinha eletricidade praquelas bandas.
Aprendi a bordar á máquina com a comadre da minha mãe, madrinha do Cleonor, a Nenzica Do Augustinho. Filha de gente famosa lá em Hidrolândia, um fazendeiro chamado Senhor Benjamin Alves Pereira. Irmã do Dr Benjamin filho.
Eu costurava esporaticamente, quando tinha tempo, entre trabalhar no restaurante e as outras tarefas de casa, fazia vestidos de festa pra mim e pra minha prima Hermê. Principalmente para festa junina e festa do padroeiro Santo Antônio em Hidrolândia. Havia novenas e tourada do Circo de Touros do Triângulo Mineiro para animar a festa. O dono era o conhecido como PocaRopa. E por onde será que andam seus filhos e netos? Um deles tinha o apelido de Beija Flor e outro Pintasilgo. Só sei que eles eram de Araguari.
Mesmo costurando para mim, eu raramente andava bem vestida, só em época de festa mesmo, que a gente comprava um sapatinho novo e também vestido novo para ir a tal festa. Até que quando eu me casei, com 17 anos, no meu enxoval levei 22 vestidos que minha mãe mandou fazer pra mim e me deu de presente.
Cada um mais lindo do que o outro! A maioria deles era de godê, com várias estampas diversas, cores lisas, e em especial, um lindo verde plissado que até hoje me lembro com detalhes. Também tinha um verde claro de nylon, com estampa de folhas de renda preta, aqui e acolá. Era bonito demais!
Eu guardo o meu véu de noiva até hoje, na época, usei um solideu (um chapeuzinho bordado de veludo e cetim todo trançadinho com florzinhas de veludo e pérolas), não usei grinalda.
Também tenho o resto da almofadinha que ajoelhamos no dia do casamento, quem fez pra mim foi a Nenzica, que me ensinou a bordar.
Quando me casei, eu me mudei pra cidade (Hidrolândia) e costurava pra fora e depois em Goiânia, costurava para muitas madames, apesar de nunca ter aprendido o corte. Em Brasília também costurei algumas vezes para pessoas que me encomendavam. E fiz o vestido de noiva do casamento de minha filha Mara, já tinha feito um em Goiânia, mas esse foi muito especial.
Meu objetivo era comprar uma máquina de costura semi industrial, mas é cara, e também não me sobra tempo livre, e eu não troco meu sono da tarde, porque me faz muito bem!
Hoje eu raramente costuro, mas eu gostaria, se tivesse uma Maria.